quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Compreensão Leitora



Era uma vez um rapaz que morava numa casa de campo. Era uma casa pequena e branca, com uma chaminé muito alta por onde saía fumo da lareira, que no Inverno estava sempre acesa, e servia para cozinhar e aquecer a casa.
À roda da casa havia um pomar e, como eram árvores de várias espécies, havia fruta fresca todo o ano. No Inverno havia laranjas e tangerinas, na Primavera cerejas vermelhas, no Verão era a vez das ameixas e dos pêssegos, no Outono chegavam os marmelos e as videiras enchiam-se de uvas.
Em todas as estações a mãe tinha em casa deliciosas compotas que guardava em tigelas de barro e boiões de vidro.
Mas, além das árvores do pomar, o campo à roda da casa onde o rapaz vivia tinha outras árvores, muito altas e grossas e que eram muito antigas: O castanheiro dava castanhas, a nogueira dava nozes, os dois carvalhos em frente de casa, davam sombra e pareciam guardar a casa e fazer companhia.
Junto ao ribeiro, que passava à frente do terreno, havia faias, altas e esguias, e debaixo das quais brincava o rapaz às cabanas com os amigos e com os dois irmãos mais novos.



Miguel Sousa Tavares, O segredo do Rio, Oficina do Livro
(Texto adaptado)

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